domingo, 11 de abril de 2010

Diz





I



Diz que me quer,

Mas nem ao menos

Me toca.

Diz que me ama,

Mas não me mostra

Esse amor.



Diz sempre está

Comigo, mas sinto

Que não estás perto.

Diz que me chama,

Mas nem ao menos

Clama por mim.



Diz que é bobagem

Não ficarmos juntos,

Mas como podemos

Dizer que é para sempre

Se nem ao menos

Estamos perto?



Diz que é a minha luz,

Mas nem ao menos

Ilumina a minha vida.

Diz que guia os meus

Caminhos mas sempre

Me deixa sem saída.



II



Diz que é loucura

Esse amor, essa paixão

Que invade o meu coração

Causando feridas

Restando-me apenas

O sofrer e a triste desilusão.



Diz que quer me ter,

Mas sabes que já sou sua.

Diz que quer provar do

Meu amor, mas deste já

Provou, saboreou, usou,

Agora já passou.



Diz que me quer

Por inteira, mas

Não percebe que

Pela vida passageira,

Sua eternamente serei

E para sempre contigo estarei.



Diz que sou misteriosa

Por não demonstrar o meu amor,

Mas o mistério,

Este a ti pertence,

Pois o amor,

Foi você que não me mostrou.



III



Diz que oceanos e oceanos

Separam-nos,

Mas na verdade é

O teu orgulho

Que nos distancia,

Fazendo-nos chorar.



Diz que é meu eternamente,

Mas a mim,

Tu já não mais pertences.

Diz que a minha felicidade

É como o brilho da manhã,

Pois então este a ti pertence.



Diz que o teu coração

Tornou-se meu, mas

Jogou ao relento a sua chave

E junto, os nossos momentos,

Momentos de angústia,

Mas também de alegria.



Diz que sou uma

Grande mulher,

Mas ao teu lado

Sinto que sou apenas

Uma eterna e pequena

Aprendiz do que é amor.



IV



Diz que sou a única

Flor do seu jardim,

Mas posso sentir

Que o teu jardim

Já se encontra florido,

Eis que a primavera chegou.



Diz que ao teu lado

É o meu lugar,

Mas quando estou

A um passo do seu amor,

Tudo se transforma em dor

E ao teu encontro já não vou.



Diz que a cor dos meus olhos

Mostra a verdade,

Que o vermelho dos meus lábios

Mostra-lhe a paixão,

Mas machuca o meu coração

E o deixa largado na solidão.



Diz que o meu olhar

É como o luar,

Que em mim as estrelas habitam,

Se isso for verdade,

Todo o universo é teu,

Dono dos planetas, dono dos cometas.



V



Diz que sou a água

Que sacia a sua sede,

O ar que respira.

Bem que queria ser isso,

Pois assim penetraria no teu corpo

E alcançaria o teu espírito.



Diz que sou a corrente

Que carrega em teu pescoço,

Como eu queria para assim estar

Em contato com a tua pele,

Sentir o teu suor sobre mim,

E o teu perfume levando-me ao delírio.



Diz que sou sua

Imagem de idolatria.

Não quero que me idolatre,

Quero apenas que me ame.

Se fosses o meu espelho

Refletiria as ardentes brasas de saudade.



Diz sou a energia

Que o mantêm vivo,

Mas apenas queria

Ser o sangue que

Vive no teu coração

E clama por uma paixão.



VI



Diz que viaja no tempo

Para que possa me ver,

Queria eu ser o tempo

Para que nunca pudéssemos

Nos esquecer e assim

Nos enlaçar ao futuro.



Diz que sou o

Vento que sopra

O teu rosto, o teu cabelo,

E enxuga suas lágrimas de dor,

Mas apenas sou uma leve

Brisa que acaba com o teu sofrer.



Diz que sou o fogo

Que aquece coração

Nas horas frias da madrugada,

Mas você acaba com o meu fervor

Na hora que me deixa

Solitária sofrendo por amor



Diz que sou como a lua,

Que possuo várias fases,

Mas é na lua cheia que olho

Para o céu admirando a imensa

Pérola celestial que faz

Lembrar o teu rosto.



V II



Diz que juntos escreveremos

Novas palavras nas estrelas

Do horóscopo e que ao meu

Lado não vê as horas passarem

E que faço o seu tempo

Valer à pena.



Diz que sou sua fada

Que acaba com seu sofrer

Vem e consome seu ser

Sem ao menos dizer por quê

Apenas chega e invade o seu

Viver transformando tudo em prazer.



Diz que o meu cabelo

É belo como as ondas do mar

Mais belos são os seus fios negros

Que lembram um belo anoitecer,

Macios como a seda e escondem

A tua face dando um brilho especial.



Diz que sou como o amor,

Forte e marcante e nunca

Esquecerá daquela frágil garota

Que lhe ensinou o que é amar,

Abrindo uma imensidão de sorrisos

Sem lhe fazer sofrer, sem lhe fazer chorar.



VIII



Diz que sou como uma nuvem,

Branca e macia feito algodão,

Que dá mais vida ao céu azul,

Alegrando-lhe mesmo nas horas

Sombrias da vida sem

Dar-lhe explicação.



Diz que quando me conheceu

Eu era tímida

E a minha timidez ti conquistou

Sabia que naquele momento já te amava

Que nos meus sonhos você estava

E agora me abraçava.



Diz que a primeira vez que me viu

Eu estava linda numa festa.

A primeira vez que te vi

Foi num conto de fadas,

Pois você é um príncipe

Inacreditável, porém real.





Diz que me ama

Do jeito que sou,

Mas quer mudar-me totalmente,

Sem deixar ao menos vestígios

Do que fui um dia acabando

Assim com a minha história.



IX



Diz que sente ciúmes de mim

Pois me ama e não suporta

Ver outros me tocando, mas

Como sente ciúmes se ao menos

Não demonstra um pouco de

Carinho e amor por mim.



Diz que sou a paz

Que acalma o seu coração,

Relaxa a sua alma e que sem

Mim não consegue viver,

Pois sou a razão da sua vida e

Quem faz o seu coração bater.



Chega de tanto dizer!

Dizer não é agir,

E se algum dia eu disse

Que não te amava, era apenas charme,

Então agora eu mesma digo:

Te amo e juntos seremos unha e carne.



Sarah Cebelly Andrade Gomes

E

Maria Rita Modesto

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